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[Campanha] Julho Amarelo - Hepatites Virais - Julho 2021
[Campanha] Julho Amarelo - Hepatites Virais - Julho 2021
DESCUIDAR DA SAÚDE DÓI NO FÍGADO!
As hepatites virais são infecções no fígado que, em estágios avançados, impactam gravemente o funcionamento do 2º maior órgão do corpo humano, resultando em complicações como insuficiência hepática, fibrose avançada e cirrose. Alguns desses impactos podem ser irreparáveis, levando à necessidade de transplante ou ao desenvolvimento de câncer hepático.
Todos os anos, as hepatites fazem mais de 1,4 milhão de vítimas fatais no mundo, e seu caráter silencioso – em muitos casos, as pessoas passam décadas sem descobrir a infecção – não costuma perdoar quem se atenta somente aos sintomas mais clássicos.
Cansaço, Febre, Mal-estar, Tontura,Enjoo, Vômito, Dor abdominal, Constipação, Pele e olhos amarelados, Dores musculares, Urina escura, Diarreia
Hepatite C (vírus HCV)
Campeã de casos no Brasil, se manifesta de forma crônica, na esmagadora maioria das vezes, e é considerada uma epidemia global: sua taxa de mortalidade pode ser comparada, por exemplo, às do HIV e da tuberculose.
A maior parte dos infectados desconhece seu diagnóstico: em 2016, estimava-se que cerca de 657 mil pessoas possuíam a doença no Brasil. Mas, entre os anos de 1999 e 2018, foram notificados apenas pouco mais de 359 mil casos.
Principais formas de transmissão
· Contato com sangue contaminado em agulhas, seringas e objetos usados no uso compartilhado de drogas.
· Reutilização ou má esterilização de equipamentos médicos, de manicure, higiene ou tatuagem.
· Procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgia, transfusão etc.) sem os devidos cuidados de biossegurança.
· Sexo desprotegido e transmissão de mãe para filho durante gestação ou parto (menos comuns).
Incidência
Pessoas acima de 40 anos, indivíduos privados de liberdade, pacientes submetidos a hemodiálise e usuários de drogas são os mais atingidos pela doença. É mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Diagnóstico e tratamento
· Desde 2011, o Ministério da Saúde distribui testes rápidos, que devem ser feitos periodicamente pelas populações mais vulneráveis.
· Medicamentos antivirais permitem a cura. Geralmente, são administrados por 8 a 12 semanas e apresentam taxas de sucesso de mais de 95%.
Hepatite B (vírus HBV)
Atrás apenas do tipo C no número de casos nacionais, a hepatite B é também classificada como uma infecção sexualmente transmissível.
Normalmente, se resolve espontaneamente em até seis meses, mas, assim como a hepatite C, pode se manifestar de forma crônica.
Principais formas de transmissão
· Sexo desprotegido e transmissão de mãe para filho durante gestação ou parto.
· Contato com sangue contaminado em agulhas, seringas e objetos usados no uso compartilhado de drogas.
· Reutilização ou má esterilização de equipamentos médicos, de manicure, higiene ou tatuagem.
Incidência
Profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade, moradores de rua e usuários de drogas são as vítimas mais recorrentes, enquanto as crianças são quem têm a maior chance de desenvolver a forma crônica da doença – quanto mais novas, maior o risco.
É mais comum na região amazônica e em alguns pontos da região Sul.
Diagnóstico e tratamento
· A hepatite B tem vacina, universal e grátis.
· Assim como para o tipo C, o Ministério da Saúde também distribui testes rápidos desde 2011. Pela grande incidência em crianças, é importante realizá-los em gestantes.
· Apesar de não ter cura, os antivirais retardam a progressão da cirrose, reduzem a incidência de câncer e melhoram a sobrevida do paciente.
Hepatite A (vírus HAV)
Abrindo o 3º lugar no ranking nacional de casos, está a hepatite A, também conhecida como “hepatite infecciosa”. Evolui habitualmente como uma doença de caráter benigno.
Principais formas de transmissão
· Fecal-oral (fezes e boca): água ou alimentos impróprios para consumo.
· Baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal.
· Contatos pessoais próximos com indivíduos infectados (da mesma casa, moradores de rua, crianças em creches etc.).
· Casos e surtos entre populações praticantes de sexo anal, propiciando o contato fecal-oral-oral (sexo oral-anal).
Incidência
Em países cujas condições sanitárias são variáveis, como o Brasil, há uma redução no número de pessoas que têm contato com o vírus na infância e, consequentemente, um aumento no número de pessoas que se infectam mais tarde.
Concentram-se, em sua maioria, nas regiões Norte e Nordeste.
Diagnóstico e tratamento
· A hepatite A não possui tratamento específico e sua principal forma de prevenção é a vacina.
· O diagnóstico se faz por meio de exame de sangue.
Hepatites D (Delta) e E
· Com recorrência mais discreta, a hepatite D (ou Delta) é mais comum na região Norte. Suas formas de transmissão são idênticas às da hepatite B, assim como a prevenção – a vacina do tipo B imuniza também contra o tipo D.
· Existe ainda o tipo E, encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. Com formas transmissão muito semelhantes às do vírus A, o E é mais comumente transmitido pela via fecal-oral e pelo consumo de água contaminada.
Hepatite Medicamentosa e a COVID-19
Outra condição existente é a ocorrência de hepatites não vinculadas a infecções, mas sim ao uso de medicamentos. Recentemente, a Unicamp confirmou o primeiro caso de hepatite medicamentosa relacionada ao “kit COVID”. Em indivíduos suscetíveis, o uso de alguns remédios pode se tornar tóxico e nocivo ao fígado.
Quando o assunto é COVID-19, a utilização de kits, formas alternativas de tratamento e a automedicação visando a prevenção da doença preocupam as comunidades médica e científica. Primeiro, por não apresentarem evidência de eficácia comprovada no combate à doença, e segundo, por terem se mostrado nocivas em outros aspectos, como no caso do desenvolvimento de hepatites medicamentosas, como citado.
Fique atento às formas de transmissão, aos exames de rotina e consulte seu médico em caso de suspeita.
Proteja seu fígado. Você só tem esse.
Julho Amarelo
Mês de Combate às Hepatites Virais
Responsável Técnico
Dr. Sérgio Hércules - CRM 61.605
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