[Informativo] Recomendações de Afastamentos e Isolamentos Covid-19 - Janeiro 2022

1. Mapeando o cenário atual

Desde o mês de dezembro 2021 até o momento, uma nova cepa do vírus SARS-CoV-2, Ômicron, vem provocando um aumento muito significativo de novos casos no Brasil e no mundo. Estudos epidemiológicos revelaram algumas informações importantes.

Ela é mais transmissível

Essa é a cepa de maior transmissibilidade. Uma pessoa contaminada, sintomática, pode transmitir o vírus para outras 6 pessoas ou mais. O número varia de acordo com as medidas de segurança tomadas.

Os quadros clínicos são mais brandos

Ela não causa tantos casos graves quanto as outras, mas esse fator também depende de agentes como grau de imunização, comorbidades e fatores de risco.

As vacinas atuais protegem de casos graves e mortes, mas esta cepa tem “escape”

Alguns estudos também revelaram que esta cepa “escapa”, ainda em um grau que está sendo verificado, à imunização conferida pelas vacinas vigentes hoje no mundo.

Mas, calma, não estamos mais no mesmo ponto de 2020

É preciso levar em consideração fatores como a imunização (ativa e passiva) da população. Já temos 70% da população total com imunização completa (1ª e 2ª dose) e já iniciamos a vacinação para crianças de 5 a 11 anos de idade.

Entretanto, é importante manter todos os cuidados necessários para evitar a circulação do vírus.

2. Diferenças entre distanciamento físico, isolamento, quarentena e afastamento médico

Será que você realmente sabe quais são as diferenças entre estes termos? Vamos ver!

Distanciamento físico

• Tem o objetivo de reduzir a interação entre as pessoas de uma comunidade ou empresa para diminuir a velocidade da transmissão do vírus.

• O distanciamento deve ser de 1,5 m a 2,0 m.

• Nestes casos, as pessoas geralmente estão assintomáticas ou com sintomas inespecíficos/incipientes que poderão evoluir para quadros clínicos mais característicos da doença.

Isolamento

• Tem como objetivo separar pessoas que estão diagnosticadas com a doença daquelas que não estão doentes.

• Pode ser feita em casa (geralmente no quarto), no ambiente hospitalar e, de preferência, sob a orientação/prescrição de um médico.

• O período de duração depende da avaliação médica.

Quarentena

• Tem como objetivo restringir as pessoas que possivelmente foram expostas (também conhecidas como contactantes*), das pessoas que não estão doentes.

• Pode ser feita em casa (geralmente no quarto), no ambiente hospitalar e, de preferência, sob a orientação/prescrição de um médico.

• O período de duração depende da avaliação médica.

*Contactantes são pessoas que tiveram contato (dois dias antes do início dos sintomas) com outras que estão com suspeitas ou caso confirmado de Covid-19, por períodos superiores a 30 minutos, em ambiente fechado, sem ventilação natural, com distanciamento inferior a 1,5m, sem uso/ com uso inadequado de máscaras ou com máscaras de baixa qualidade.

Afastamento Médico

• Tem como objetivo afastar o colaborador de suas atividades por motivos de doenças ou por recomendações médicas específicas.

• Ocorre quando o médico, em uma consulta presencial ou virtual, emite um atestado médico determinando o nível de afastamento e os dias de afastamento.

• Em alguns casos, se a pessoa estiver com seu esquema vacinal primário completo (1ª e 2ª doses) e apresenta sintomas leves e quadro clínico estável, o afastamento médico poderá estar restrito ao trabalho presencial. Sendo assim, a pessoa pode, quando for possível, trabalhar em regime home office.*

*Estes casos dependem da política da empresa, amparada pelas questões médicas (assessoria média permanente) e legais.

3. Recomendações para os períodos de quarentena, isolamento/afastamento médico e suas descontinuidades

O cenário que esta nova cepa encontra difere muito do cenário que as cepas anteriores encontraram em 2020 e 2021. Atualmente, temos testes e imunização, além de sabermos mais sobre o vírus.

Com o objetivo de tranquilizar colaboradores e as empresas, assim como ao mesmo tempo contribuir para a manutenção da saúde dos colaboradores e continuidade operacional das empresas, compilamos informações que podem nortear condutas e processos relacionados às condições de trabalho presencial e remoto.

Quarentena

Caso 1:  contactantes com esquema vacinal primário completo e que permaneçam assintomáticos a partir do dia de contato

• Podem ficar 5 dias em domicílio e retornar ao trabalho presencial sem a necessidade de testes.

• É necessário reforçar a utilização de máscaras com tripla camada (com trocas regulares a cada 3 horas), ou máscara cirúrgica com sobreposição de uma segunda máscara de pano de duas camadas, para melhor ajuste e vedação da máscara cirúrgica.

• Caso seja possível, é preferível a utilização de uma máscara PFF2/N-95.

Caso 2: contactantes não vacinados ou com esquema vacinal primário incompleto e assintomáticos

• Recomenda-se testagem por teste rápido de antígeno ou RT-PCR, e quarentena até o resultado do teste.

Isolamento (colaboradores sem imunidade comprometida e com quadros clínicos leves e moderados)

Caso 1: após o 5º dia do início dos sintomas, está sem sintomas respiratórios, sem febre e sem uso de antitérmicos há pelo menos 24h.

Caso tenha acesso à testagem, testar no 5º dia com RT-PCR ou TR-Ag (antígeno).

• Resultado negativo: pode sair do isolamento e retornar ao trabalho.

• Resultado positivo: completar 10 dias e poderá retornar sem realizar novo teste caso não apresente sintomas há pelo menos 24h.

Se não tiver acesso a testagem, completar 7 dias de isolamento. Poderá retornar sem realização de teste, caso esteja totalmente assintomático há pelo menos 24h.

Caso 2: após o término do 7º dia de isolamento, está com sintomas como tosse, espirros, coriza, dor de cabeça e febre).

Caso tenha acesso a testagem: testar no 7º dia com RT-PCR ou TR-Ag (antígeno).

• Resultado negativo: pode sair do isolamento e retornar ao trabalho se estiver sem sintomas há pelo menos 24h.

• Resultado positivo: completar 10 dias e poderá retornar sem realizar novo teste se estiver sem sintomas há pelo menos 24h.

Se não tiver acesso a teste, completar 10 dias de isolamento. Poderá retornar ao trabalho, caso não apresente sintomas há pelo menos 24h.

Atenção:

É bom ressaltar que atestados médicos são “soberanos”, mas poderão ser revisados pelos próprios médicos assistentes que os emitiram e pelo médico do trabalho da empresa, podendo ambos postergarem retornos, assim como abreviar retornos conforme a evolução clínica de cada paciente/colaborador.

4. Medidas de prevenção sanitárias nos locais de trabalho

Além de aplicar condutas e processos para manter a saúde dos colaboradores e a continuidade dos serviços da empresa, é essencial que medidas de prevenção sanitárias sejam mantidas:

• Utilização de máscaras de alta qualidade

• Distanciamento físico regulamentar

• Higienização constante das mãos com álcool 70% ou água corrente e sabão

• Higienização dos espaços e bancadas

• Ambientes com ventilação natural sempre que possível

• Revisão/troca dos filtros de ar-condicionado

• Implementação e revisão de regras de ocupação de espaços compartilhados (refeitórios, salas de reunião etc.)

Com os protocolos de segurança sendo aplicados corretamente, podemos evitar a disseminação do vírus e preservar a saúde de todos.

Cuide-se.

Responsável Técnico: Dr. Welmer Carneiro – CREMERJ 52549730